Meu voto para presidente do Brasil

Eu VOTO em Aécio Neves para presidente do Brasil. É um voto com convicção: estou convicto de que o PT precisa deixar o poder, depois de 12 anos à frente do país.
Em meus anos como servidor do Tribunal de Contas, notei que a corrupção no Brasil alcança todas as esferas. Ela está em nossas prefeituras, nos governos dos Estados e também nos Poderes Legislativo e Judiciário. Ela também alcança todos os partidos. Os principais trabalhos de fiscalização em que atuei revelaram irregularidades praticadas por políticos do PSDB paranaense, por exemplo. PP, PMDB e outras agremiações são figuras carimbadas no círculo clássico da corrupção: desvio de recursos públicos, campanhas políticas milionárias e sucesso eleitoral.
Ou seja, o PT não inventou a corrupção no país.
Nenhum outro partido, contudo, faz tão mal para a democracia brasileira como o PT hoje. A atuação do partido tem sido marcada por um inequívoco cinismo, próprio de quem nunca reconhece que está errado. O que importa não é a verdade, mas a versão que se conta dela.
É assim que o PT conseguiu chegar ao poder demonizando seus adversários e é assim que o partido continua a tratar seus oponentes, mesmo depois de colocar em prática boa parte das ideias que eles defendiam e de valer-se do que fizeram para ter sucesso.
Nossa contabilidade pública virou peça de ficção. Se os números não apontam o cenário desejado, mudam-se os números.
Para os comandantes e estrategistas do PT, o mundo parece estar sempre sujeito à divisão entre culpados e inocentes. Tudo é motivo para ver a vida como uma disputa: riqueza, talento, raça, cor e sexo. A meritocracia, a livre iniciativa, a individualidade e a responsabilização das pessoas pelos seus atos, valores indispensáveis para o desenvolvimento de uma sociedade livre e democrática, são sempre vistos com desconfiança pela ótica petista, de forma “relativizada”.
O PT não inventou a corrupção no país, mas a justificou. Se é pro bem do partido, que seja. Se é para derrotar os adversários, que seja. Se é para manter privilégios, que seja para os milhares de comissionados do partido e seus comandantes. O efeito para a sociedade é devastador. A imoralidade, a impunidade e a violência se multiplicam com o mau exemplo.
Boa parte do sucesso eleitoral do PT nos últimos anos deveu-se ao bom desempenho da economia brasileira (desempenho que foi fruto do esforço de todos os brasileiros, diga-se, e não de um único partido ou grupo específico de pessoas). Nem mais isso, contudo, permanece. A inflação é nitidamente superior aos índices oficiais, e nossa indústria sofreu uma enorme retração. Nos tempos de vacas gordas, não investimos suficientemente em educação e tecnologia. E agora, quando a roda ameaça parar de girar?
E se o PT dos dias de hoje não é nada bom, o PT de amanhã parece pior. O partido tem dado reiterados sinais de que prepara uma radicalização: investimentos obscuros em países estrangeiros, instrumentos legais bolivarianos, como o Decreto n.º 8.243/2014, e políticas públicas arbitrárias e imorais, como o “Mais Médicos”.
Chega. 12 anos é tempo demais. Vivenciamos todas as fases do exercício do poder pelo PT, e o que sobra hoje é um grupo político absolutamente desgastado e em decadência.
É preciso dar um fim nisso. Em uma democracia, ninguém é insubstituível e nenhum grupo político se deve achar indispensável. Quando um partido começa a pensar como tal, está na hora de mandá-lo pra casa. Que se recicle, que aprenda com seus erros e que volte ao poder novamente, caso a população assim deseje. Faz parte do jogo. Mas que não se arvore no direito de achar que é imprescindível a um país como o Brasil, porque não é, nem nunca foi.