Homero Marchese faz defesa da Lava Jato na Assembleia

Deputado defende procuradores de ataques feitos por ministros do Supremo Tribunal Federal

O deputado Homero Marchese fez uma defesa da Operação Lava Jato em pronunciamento na Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira, 19. O deputado classificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de manter com a Justiça Eleitoral a competência para julgar crimes conexos aos eleitorais, como um “ataque à Operação Lava Jato e ao combate à corrupção”.

“A Justiça Eleitoral é muito boa para tratar de questões eleitorais. Mas é claro que crimes complexos de corrupção exigem procuradores e juízes especializados. Precisamos falar a verdade. Essa decisão dificulta o combate à corrupção e beneficia a impunidade”, disse Homero, lembrando que a operação quebrou uma regra histórica de impunidade no Brasil. “Ricos e poderosos não eram atingidos pela Justiça no Brasil. Foi a Lava Jato que mudou isso.”

Homero criticou especialmente os ataques realizados pelo ministro Gilmar Mendes aos integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato, como o procurador Diogo Castor de Mattos, responsável pela investigação dos pedágios no Paraná. “Por anos o procurador trabalhou praticamente sozinho contra a corrupção das concessionárias no Paraná. Pelos serviços prestados ao estado devíamos construir uma estátua para ele em alguma estrada no Paraná e chamar um ministro do Supremo para a inauguração”, disse Homero.
O esquema de corrupção nos pedágios trouxe prejuízo na casa de R$ 8,4 bilhões aos cofres públicos, segundo a Lava Jato.

O deputado ainda defendeu uma profunda revisão no papel do STF. Segundo ele, o tribunal age “como criador do caos e não como fiador da estabilidade”, como deveria ser. “São liminares em sequência, pedidos de vista que duram anos, decisões que desrespeitam outros poderes da República. Precisamos debater o papel do Supremo.”