Edital de concessão vai garantir voos de longa distância no Afonso Pena

Em uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira, 9, técnicos do governo federal afirmaram que o Aeroporto Internacional Afonso Pena, de Curitiba, vai oferecer voos diretos para a América do Norte e para a Europa.
Para tanto, seria necessária a ampliação da pista atual ou construção de uma terceira pista, com os respectivos ajustes técnicos e operacionais que garantam pousos e decolagens de aviões de maior porte.

Para o deputado estadual Homero Marchese (PROS), que acompanhou a audiência, sociedade civil e governo precisam estar atentos para solucionar gargalos históricos de infraestrutura aeroportuária no estado. “A possibilidade de voos internacionais mais longos no Afonso Pena e a adoção de melhorias nos aeroportos de Foz do Iguaçu e Londrina são demandas antigas no Paraná. A concessão é uma boa maneira para resolvê-las, mas precisamos estar atentos aos trâmites do processo. A hora é agora. Não podemos deixar passar essa chance.”

O diretor de Políticas Regulatórias da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Ricardo Fonseca, confirmou que o edital de licitação passará por mudanças, para contemplar as obras. “Não vamos cravar uma solução agora, mas ela precisa ser capaz de atingir a América do Norte ou Europa. Estamos solicitando alguns cálculos para que essa questão seja adequada no estudo de viabilidade”, disse ao jornal Gazeta do Povo.

A audiência realizada nesta segunda é uma das etapas iniciais da 6ª rodada de concessão de aeroportos, promovida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Infraestrutura.

SALDO POSITIVO
Para o consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná, João Arthur Möhr, o saldo da reunião foi bastante positivo para o Paraná. “Tivemos essa resposta de que o edital será modificado para atender essa demanda do setor produtivo sobre o Afonso Pena e de que a obra será realizada pelo grupo vencedor nos primeiros anos de concessão”, disse.
Além disso, de acordo com Möhr, houve promessa de melhorias para os aeroportos de Londrina, Foz do Iguaçu e do Bacacheri, em Curitiba.

Em Londrina está prevista a construção de um novo terminal de passageiros, a ampliação da pista em 500 metros e a aquisição do sistema ILS 1 para pousos e decolagens.

Os aeroportos paranaenses integram, juntamente com os aeroportos de Navegantes e Joinville, em Santa Catarina, e de Bagé, Pelotas e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, o Bloco Sul da 6º rodada de concessões. Pelas regras da Anac, a empresa vencedora da bloco deve operar todos os aeroportos do bloco.

A contribuição inicial mínima para esse bloco é de R$ 516 milhões. O valor estimado para todo o contrato da concessão é de R$ 8 bilhões.

PROCESSO DE CONCESSÃO DE AEROPORTOS
A 6ª rodada de concessão de aeroportos teve início em maio de 2019, com a publicação, no Diário Oficial da União (DOU), dos 22 aeroportos a serem concedidos. Nesta rodada, um mesmo proponente pode arrematar os três blocos. A concessionária deverá ter em sua composição um operador aeroportuário com, no mínimo, 15% de participação societária e experiência de 1 um ano no processamento de pelo menos 1 milhão de passageiros para os blocos Central e Norte e 5 milhões de passageiros para o Bloco Sul.