Efeitos da vacinação no Brasil de Janeiro a Março de 2022

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Em sequência ao trabalho de monitoramento do desempenho das vacinas que começamos de forma inédita no país na metade do ano passado, apuramos o número de óbitos de vacinados e não vacinados no Brasil no período de janeiro a março de 2022, quando toda a população brasileira acima de 12 anos já tinha tido a oportunidade de receber ao menos duas doses da vacina.
 
1- Ao final de março, mais de 158 milhões de brasileiros se vacinaram com duas doses (ou com a dose única da Janssen) e aproximadamente 73,6 milhões se vacinaram com a dose de reforço;
 
2- Embora em números absolutos a quantidade de óbitos entre os vacinados foi superior à dos não vacinados, em números proporcionais (a grande maioria da população adulta brasileira se vacinou) a conta se inverte. No geral, uma pessoa não vacinada no Brasil teve 7,75 vezes mais chance de morrer de COVID do que uma pessoa vacinada. A proporção muda de acordo com a faixa etária e a presença de comorbidade e aumenta com a dose de reforço (embora para faixas etárias que se vacinaram mais tarde ainda seja precoce a exatidão dos números relacionados à dose de reforço);
 
3- Entre as crianças, o risco de óbito entre as faixas etárias de 0 a 2 anos é bastante superior ao das crianças de 3 a 11 anos. A maior parte das crianças de 05 a 11 anos vacinadas com duas doses tomou a segunda delas no final de março, não permitindo, por ora, uma avaliação fidedigna do desempenho dos produtos;
 
4- No balanço geral da luta contra a COVID, a vacinação tem se mostrado bastante positiva. Isso não autoriza dispensar a ponderação individual sobre riscos e benefícios. Eu me vacinei, mas é um direito de cada um fazer essa ponderação. Crianças, em especial, são menos suscetíveis à doença e para elas os dados sobre vacinação ainda são incipientes. Vacinas diminuíram significativamente os óbitos por COVID, mas não os eliminaram, o que significa que não eliminaram a transmissão da doença. Trata-se de um vírus respiratório, que sofre mutações (Deus queira para formas cada vez menos letais).