[26/01/2022] Último levantamento dos óbitos no Brasil entre vacinados e não vacinados

Anterior
Próximo

Apresentamos o último levantamento dos óbitos no Brasil entre vacinados e não vacinados. O estudo cobre todo o ano de 2021, de 1 de janeiro a 31 de dezembro (o trabalho anterior foi publicado aqui em 02/12 e alcançava até 31/10). Este é o último levantamento pré-ômicron, variante mais transmissível que contamina vacinados e previamente infectados (anticorpos produzidos pela vacinação ou prévia infecção não seguram variante, embora linfócitos T levem à redução da gravidade das novas contaminações – o que também é auxiliado por uma menor gravidade intrínseca da ômicron). Além do Brasil, o trabalho alcança outros países, embora em alguns casos o período coberto seja menor, por conta dos dados disponíveis.

COMENTÁRIOS

a) as vacinas diminuíram as mortes por COVID no Brasil. A quantidade de óbitos entre os não vacinados foi muito superior à dos óbitos entre vacinados;

b) no Brasil, os não vacinados tiveram 11 vezes mais chance de morrer de COVID em relação àqueles que tomaram a vacina;

c) entre as vacinas, a ordem de redução dos óbitos foi Pfizer, Astrazeneca e Coronavac (este levantamento não considerou as vacinas de uma dose, como a da Janssen);

d) no Brasil, o desempenho das vacinas ainda é muito inferior àquele de outros países, com exceção da Escócia. Os motivos prováveis são a eficácia menor das vacinas empregadas aqui, em especial a Coronavac, somada da forte onda da variante Gama vivida no começo do ano;

e) no balanço geral da luta contra a COVID, os benefícios da vacinação da população foram significativamente superiores aos custos, mas isso não autoriza dispensar a ponderação individual sobre os riscos e benefícios. Eu me vacinei, mas é um direito de cada um fazer essa ponderação.

OBSERVAÇÕES

1) 176.145 óbitos foram lançados nos registros do MS com a identificação de “ignorado” em relação à vacinação;

2) o levantamento não afere a eficácia individual das vacinas na vida real, nem tem essa pretensão;

3) 14 dias após a segunda dose é a marca a partir da qual o CDC americano e os institutos de saúde dos demais países (ainda) consideram uma pessoa imunizada; e

4) atualizações na base de dados do MS podem produzir divergências a levantamentos anteriores.